
Ao final do século XII, as mulheres foram condenadas por serem atraentes e sedutoras. A Inquisição levou moças virgens e mulheres acusando-as de serem “obras do demônio”, dizendo ser bruxaria a busca pelos prazeres da carne. Mais tarde, mulheres com poder castrador de mães interferiram na sexualidade e tudo aquilo que fosse diferente da intenção de fidelidade seria um erro; masturbação, relações homossexuais e erotismo. A felicidade estava relacionada ao sexo reprodutor. Mulheres castradas castravam homens. Eles as detinham e se tornavam escravos de suas próprias escolhas. Aos poucos as sociedades matriarcais eram substituídas pelo patriarcado. Foi enfatizada a prostituição e o adultério. A repressão aos desejos sexuais abriu também caminho para os estudos sobre o assunto. O controle da natalidade, além da descoberta científica relacionada aos impulsos sexuais, começava a mudar os conceitos sobre sexo. Medicamentos para evitar a gravidez deram vazão aos desejos das mulheres. A revolução sexual feminina trás uma nova visão das relações. Hábitos foram renovados entre homens e mulheres e houve maior permissividade nas relações. Houve o aumento do erotismo, a busca e a exigência no desempenho sexual dos pares _ entre estas estão a maior qualidade durnate o ato sexual e os estimulantes sexuais masculinos (viagras e similares).
Mas foi a doença que causou o medo no instante em que tudo parecia melhor, ao mesmo tempo em que deu a ciência o desafio de tornar o prazer sexual uma prática de vida saudável. Atualmente sexo e saúde estão interligados. A eficiência para dar e receber o prazer também faz a manutenção das relações, desde que haja recursos para a não doença ou não morte de seus praticantes.
Em pleno Século XXI, voltamos àquilo que buscamos desde o início da nossa história; a incerteza sobre como alcançar a melhor maneira de relacionar-se sexualmente e um intenso desejo independente do gênero. Infelizmente, ainda não conseguimos vivenciar a nossa sexualidade buscando o prazer de forma verdadeiramente livre de preocupação, culpa, conceitos e pré-conceitos.
Psicóloga Cristina Mollica
Referência / Fonte: Revista Psicologia Ciência e Profissão